Os consumidores devem ficar atentos para aproveitar os postos que ainda estão em promoção, com o litro da gasolina por até R$ 3,97. A Petrobras anunciou novo reajuste de 1,1% para a gasolina e de 0,5% para o diesel, que começa a valer hoje. O último aumento havia sido na quinta-feira, com a gasolina subindo 1,4% e o diesel, 0,7%. Postos do Plano Piloto ainda estavam ontem com o preço abaixo dos R$ 4, enquanto outros já vendiam o litro até por R$ 4,49.
O diretor do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), Adriano Pires, explicou que essa instabilidade de preços nos combustíveis é normal e esperada desde a nova política de preços da Petrobras, iniciada em 3 de julho. Os ajustes passaram a acompanhar o mercado internacional. Para ele, essa fórmula estimula a concorrência e os consumidores terão de buscar postos que estejam com promoções. “O petróleo é uma commodity, então, quando aumenta no mercado, é normal que isso seja repassado e o consumidor sinta pesar um pouco o bolso”, disse.
Para a servidora Gracileide Sousa, 39 anos, a nova política da Petrobras leva o motorista a gastar muito com combustível. Ela lamentou o preço que encontrou no posto ontem. Pediu que o frentista abastecesse apenas metade do tanque, na expectativa de que, em alguns dias, pudesse encontrar valores menores. No entanto, quando ficou sabendo do novo reajuste, resolveu colocar no carro tudo o que era possível.
“Não tem condições, a gente sofre muito gastando tudo isso. Eu deixo de sair, ando menos de carro para evitar gastar à toa”, observou. Ela se queixa do transporte público de Brasília, com o qual diz não poder contar. “Tudo na cidade é longe. Se a gente usa ônibus, não tem como saber a que horas chegará ao destino”, finalizou.
Pires destacou que os brasileiros que abastecem seus veículos podem ter vantagem com o etanol. “Em alguns estados brasileiros deve estar valendo mais a pena do que a gasolina, e, no Brasil, 90% dos carros são flex”, afirmou. Ele destacou que a principal opção para o consumidor é a gasolina, mas que, escolhendo outros combustíveis, a queda na demanda pode obrigar os donos de postos a reduzir o preço da combustível.
“É uma questão de se adaptar e estimular a competição, realmente. E isso pode ser muito bom para um mercado que já enfrentou o cartel”, completou o especialista. Ele frisou que, para o consumidor que pensa em trocar a gasolina para o etanol, é importante avaliar o preço de ambos. Deve-se checar se o etanol está custando 70% do valor da gasolina, já que o rendimento do motor obedece a essa proporção.
O engenheiro civil Pedro Fernandes, 47, contou que, por estar gastando mais em combustível, o orçamento mensal foi sacrificado. Ele tem até mesmo evitado alguns deslocamentos. “Quando é para trabalhar, a gente não tem como evitar. Mas em casos pessoais, como jantares, festas ou alguma outra saída, eu acabo deixando de ir”, comentou.
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