Apontada como “laranja” da Odebrecht no repasse de propinas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a DAG Construtura teria registrado em sua contabilidade interna de 2010 que os R$ 800 mil pagos a Glaucos da Costamarques Bumlai – o “laranja” do ex-presidente – foram referentes a uma “multa”.
A finalidade diverge da versão dada por Glaucos que, em declaração à Receita Federal, informou que o valor recebido se refere à cessão dos direitos de compra do prédio da Rua Haberbecke Brandão, em São Paulo, que serviria para ser sede do Instituto Lula. As informações são do Blog do Fausto Macedo, do Estadão.
Segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato, os R$ 800 mil teriam sido a compensação pela compra por R$ 504 mil do apartamento 121 do Hill House, vizinho ao 122, onde mora o ex-presidente desde a década de 1990. Se trata, ainda, do pagamento pelo trabalho de “laranja” na compra do imóvel e do prédio-sede do instituto, com dinheiro de propinas da Odebrecht.
“Vale ressaltar, como mais uma manobra de dissimulação empregada, que a DAG lançou, em sua contabilidade, segundo documentos apreendidos, que o pagamento de R$ 800 mil para Glaucos teria ocorrido a título de multa, lançando a despesa em uma conta contábil denominada ‘Canteiros, mobilização e desmobilização’, o que é evidentemente incompatível com os termos do simulado negócio de ‘cessão de direitos’ sobre o imóvel da Rua Dr. Haberbeck Brandão”, sustenta o Ministério Público Federal, no processo.
O ex-presidente Lula, o advogado Roberto Teixeira, o ex-ministro Antonio Palocci, o “laranja” Glaucos da Costamarques, Marcelo Odebrecht e o dono da DAG, Demerval Gusmão, são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. Eles teriam se envolvido na operação dos dois imóveis que ocultariam R$ 12,4 milhões ao ex-presidente.
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