Samambaia é uma cidade independente e com grande potencial de crescimento! Com apenas 28 anos, pulsa urbanidade. Nascida, em 1989, para receber famílias de baixa renda, muitas moradoras de invasões, hoje está entre as regiões do Distrito Federal mais pulsantes. Quer no aspecto econômico, principalmente o imobiliário, quer no cultural. “O mercado de Samambaia hoje é pujante. Se você pegar as principais avenidas da cidade, praticamente o número de imóveis comerciais vazios é zero. Samambaia, além de ser uma região que possui um crescimento vertical constante é uma cidade de passagem, o que faz com que as pessoas sempre parem na cidade, a caminho de casa, para adquirir algum produto”, destaca o pesidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CDL-DF), José Carlos Magalhães Pinto.
Uma marca da cidade é a capacidade de seus moradores de se reinventar, buscar soluções para melhorar a qualidade de vida de todos. É o caso do gestor público Hamilton Teixeira, 39 anos. Mais conhecido como Tatu, ele é responsável pelo Instituto Amigos do Bem, uma organização sem fins lucrativos que atua há 17 anos com crianças de todas as partes da região administrativa. “A ideia do projeto, que começou como um simples grupo de quadrilha junina e foi se expandindo para atender a outras necessidades da comunidade. Nosso objetivo é tirar crianças das ruas e colocá-las para aprender um esporte, para fazer algo que possa impactar positivamente no futuro delas”, explica. “Hoje, são 16 atividades sócio-culturais que beneficiam cerca de 800 pessoas por mês”, completa.
Para ele, muito mais importante do que formar um atleta é garantir que aquela criança se torne um cidadão de bem. “Quando a gente vê um garoto, que tem tudo para o lado do mal, vindo para o nosso lado, é uma alegria imensa. Se eu não trago para cá, se eu não convenço a ficar aqui, ele pode procurar o que não presta em outro lugar.” A pedagoga Marlene da Conceição Souza, 48 anos, mãe da pequena Sofia de Jesus, 5, confirma a ação solidária do projeto de Hamilton. “Desde os 3 anos de idade que ela pede para entrar na aula de balé. Como eu não tenho condições, acabava levando ela para o trabalho. Agora, vejo ela mais feliz, colocando todo mundo em casa para dançar. Todas as mães que estão aqui têm esperança de que os filhos consigam uma vida melhor e esse tipo de projeto é uma ponte para isso.”
Atletas
Abarrotado de futuras bailarinas, lutadores de jiu-jitsu e jogadores de futebol, o Instituto Amigos do Bem se mantém graças a Lei de Incentivo ao Esporte, que permite que empresas e pessoas físicas invistam parte do Imposto de Renda em projetos esportivos. Infelizmente, nem todos os programas sócio-culturais que atuam em Samambaia têm a mesma sorte. O ex-jogador de futebol Márcio Santos, por exemplo, tem que tirar recursos do próprio bolso para continuar a treinar os atletas da comunidade. “A gente vai se virando do jeito que dá; faz os treinamentos nos campos de grama sintética espalhados pela cidade, guarda os equipamentos na casa dos pais dos meninos e, quando é para competir, coloco todo mundo dentro do meu carro e a gente parte em busca do título”, relata.
Outro trabalho interessante feito pelo Instituto Sócio-Cultural Márcio Santos acontece fora dos campos. “A gente atende uma família de haitianos que chegou ao Brasil no início do ano. O pai passava o dia todo fora, procurando emprego, e as crianças ficavam perambulando pela cidade, sem nada para fazer. Hoje, o Jethro, um rapaz de 12 anos extremamente forte, faz parte do nosso time de futebol”, explica o ex-lateral esquerdo do CRB, de Alagoas. Sem a intervenção, o destino da família talvez não fosse tão feliz.
Carreira militar
O projeto Guarda Mirim Garras recruta crianças de sete a 17 anos para trabalhar o lado social do jovem, agregando ensinamentos militares. “De segunda a sábado, no horário contrário à aula, eles aprendem noções de primeiros socorros, de educação no trânsito e de combate a incêndio. Também treinamos defesa pessoal, conversamos sobre preservação do meio ambiente e dos perigos do uso de bebidas e drogas. Para ajudar na escola, eles têm reforço escolar e informática”, explica a subcomandante do Guarda Mirim Garras, Andrea da Costa, 21 anos.
O estudante Bruno Barbosa, 13 anos, participa do projeto desde o início e sonha em seguir carreira. “Antes eu só ficava dentro de casa deitado assistindo à tevê. Tive a oportunidade de conhecer o Guarda Mirim no desfile de Sete de Setembro e quis fazer parte do grupo”, relata.
Fonte: correio braziliense
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