Comunidade escolar se mobiliza para ajudar no tratamento de professor

Desde 2006, o professor de história Francisco Carlos Monteiro Wolfgram, 50 anos, faz parte do time de educadores do Centro de Ensino Médio Integrado do Gama (Cemi). Desse tempo, Chicão, como é conhecido por todos, ganhou a admiração de alunos e colegas de trabalho. Se antes ele tinha certeza do carinho de ex e atuais alunos, agora isso ficou ainda mais visível. Há menos de dois meses, Chicão foi diagnosticado com um tipo raro de câncer de pele. Para não deixar a doença avançar, ele começará o tratamento na rede particular – a cirurgia é a primeira parte. Diante dos altos custos, a comunidade uniu esforços para ajudar.


Seja na realização de bazar, de almoço ou de vaquinha na internet, o objetivo é a melhora da saúde do querido mestre. Tudo começou com o compartilhamento de notícias sobre ele nas redes sociais. Até os primeiros alunos do docente se engajaram na causa. Em uma postagem, a mulher de Francisco e também professora Heliane Amor Wolfgram contou a situação vivida pela família. Há quatro anos, o educador foi diagnosticado com um melanoma metastático. A cirurgia e o tratamento foram feitos, mas, em julho, a doença se manifestou novamente. Dessa vez, era um tumor abaixo da axila.
 
 
“A notícia boa é que o tumor não comprometeu nenhum órgão, por isso, temos que correr. O Francisco foi colocado na fila de espera da rede pública, mas não podemos esperar, porque esse é um tumor muito agressivo, que cresce com velocidade. Ele agora faz a cirurgia e depois a radioterapia e imunoterapia”, detalhou Heliane. A primeira etapa da luta foi concluída com a retirada do tumor no último sábado. Os primeiros gastos ficaram em torno de quase R$ 25 mil, arcados com empréstimos e financiamentos. Agora, o professor segue com o tratamento, que pode custar até R$100 mil.
 
Professores, ex e atuais alunos se juntaram para a campanha. Uma das engajadoras é a professora Jacqueline Cavalcante. Ela também foi responsável por compartilhar informações da saúde do professor nas redes sociais. “Quando os alunos descobriram que ele precisava desse auxílio, surgiu a campanha. O Chicão é um dos mais queridos da escola. Aqui, temos uma concepção de escola-familia em que todos se ajudam”, explica.

 

Ações

 
Um grupo de ex-alunos se juntou para fazer um vídeo e dar força à campanha de arrecadação. Atualmente aluno de medicina, Flávio Henrique, 25 anos, teve aulas com Chicão até 2009 e lembra daqueles tempos. “Era um dos professores mais brilhantes e queridos, quando soubemos do estado de saúde dele não exitamos em contribuir."
 
“Depois que ficamos sabendo da situação, avançamos com os contatos pelas redes sociais e montamos um grupo. Todos se solidarizaram e nasceu essa homenagem. A expectativa é ajudar o máximo possível no tratamento”, completa a publicitária Barbará Rocha, 25.

Os alunos também estão organizando um bazar beneficente e um almoço. O prato será uma galinhada preparada com carinho. O evento será realizado em 7 de outubro, no Cemi do Gama. “O meu pai teve câncer então eu sei como é a situação. Por isso, resolvi vestir a camisa e lutar junto com a essa causa”, detalha a esteticista Aline Simões, 27, que estudou com professor até 2009.
 
“O Cemi é praticamente uma família. O chicão sempre despertou esse espírito de olhar pelos outros. Queremos mostrar para ele que ele não está sozinho nesse momento”, diz a enfermeira Leislianny Rocha, 24, que estudou com o educador até 2010. Atual aluna, Lorraine Dourado, 17, conta que todos os estudantes do 3º ano do ensino médio estão mobilizados. “Não somente minha sala, mas também toda a escola está envolvida para garantir que o professor tenha um bom tratamento.”
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