Caso Ana Íris: Você é contra ou a favor da redução da maioridade penal?

A Comissão de Constituição e Justiça, no Senado, adiou a votação de quatros PECs que pediam a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, no Brasil.
Há três anos, o tema é discutido, mas está longe de chegar a um consenso. Como pano de fundo está a proverbial divisão da sociedade entre direita e esquerda. De um lado, senadores  como Gleisi Hoffmann e Lindberg Farias, alertam que a prisão de adolescentes de 16 e 17 anos só piora o problema. De outro, parlamentares como  Magno Malta e Ricardo Ferraço dizem que eles se valem da impunidade para "tocar o terror".     
O primo de Ana Íris, de 12 anos, confessou ter matado a menina. O corpo da criança foi localizado nessa terça-feira (27), em um local conhecido como Morro do Macaco, próximo à quadra 629 de Samambaia Norte. Ela estava desaparecida desde o dia 10. Na ocasião, familiares disseram, ao Samambaia em Pauta, não ter motivos para desconfiar do rapaz.
Após o corpo ser encontrado, moradores da região chegaram a acusar o garoto de envolvimento no crime. O parente, de 16 anos, foi atacado por dois homens e um adolescente, que atingiram o jovem com golpes de facão. Moradores das redondezas dizem que ele foi visto saindo do local onde o corpo foi encontrado, por volta das 3h da manhã de ontem.
Bastante ferido, ele precisou ser encaminhado para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). No hospital, ele confessou o crime, mas disse que não violentou a vítima.
A dinâmica do fato que resultou na morte da garota ainda não foi esclarecida. A Divisão de Repressão a Sequestro informou que está, desde os primeiros momentos, atuando na questão e tratando o caso como homicídio.
Familiares reconheceram o corpo
A família está inconsolável, pois esperavam um desfecho diferente para a história da menina que desapareceu no dia 10 deste mês, em um domingo. O padrasto da menina, Paulo Pereira dos Santos, diz que está muito perdido e que ainda quer entender o que ocorreu. “Ela estava em algum lugar. Não estava por aqui”, desabafou, antes de começar a chorar ao lembrar da forma em que a menina foi encontrada. Foi devido à roupa que a tia da menina, a estudante Cleonice dos Santos, reconheceu a sobrinha. “Eu não queria acreditar, mas quando vi a camisa descobri que era ela”, informou.
Crianças encontraram o corpo
Teriam sido dois meninos que estavam brincando no Morro do Macaco que encontraram, na beirada de um barranco, o corpo de Ana bastante rígido e queimado de sol, ainda com a roupa que ela usava quando vista pela última vez: saia e camisa da Casa Azul, a instituição onde a criança fazia balé aos fins de semana.
Violência
A população reclama que o local onde foi encontrada é muitas vezes usado como desova e para outros tipos de crimes. Lady Laura, uma das assistentes sociais da Casa Azul que atendia a menina, pede que as autoridades cuidem mais da cidade, pois isso poderia ocorrer com qualquer outra criança. “A Ana era uma menina extrovertida, fazia amizade fácil e conversava com todo mundo. É um choque tudo o que ocorreu”, disse.
RELEMBRE O CASO
Segundo os familiares, a menina havia saído com os quatro irmãos para a casa da avó. No fatídico dia, ela vestia camiseta azul e bermuda jeans.
A mãe de Ana Íris, Maria das Graças, informou, na ocasião, que a filha não tinha costume de sair de casa sem dar notícias. “A Íris gostava muito de sair para brincar, mas o máximo que ela ficou fora de casa foi até às 20h. Mesmo de dia, comecei a fechar o portão para que ela ficasse mais comigo”, desabafou.
Mais de 20 pessoas, entre familiares e amigos, estavam mobilizados para encontrar a criança.
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