Um mês após o chocante acidente que matou esposa, filho e cunhada, o vigilante Elton Henrique da Silva Freire luta para se reerguer. O jovem de 23 anos segue à procura de emprego para sustentar o filho mais velho.
No acidente, morreram Rute Ester de Jesus Carvalho, 22 anos, esposa de Elton; a irmã dela, Gabriela de Jesus Carvalho, 19; e o pequeno Eriko, de 6 meses, filho do vigilante e de Rute. Envolvidos no acidente, o avô de Eriko, Man Sun Go, 66, e o outro filho de Elton, Edriel, 2, sobreviveram e passam bem.A tragédia que mudou a vida de Elton ocorreu na manhã de 27 de agosto, um domingo. Naquele dia, um adolescente de 17 anos perdeu o controle do veículo que conduzia. O carro bateu em um poste, capotou e atingiu cinco pessoas – todas da mesma família – que caminhavam na ciclovia da Quadra 24, no Gama Oeste. Segundo a Polícia Militar, o suspeito apresentava sinais de embriaguez e tentou fugir, mas foi encontrado em um matagal a cerca de 2km do local.
A perda dos entes, irreparável para os familiares, custou R$ 9,5 mil com velório e enterro. Desse valor, os parentes do adolescente responsável pelo desastre colaboraram com R$ 2 mil – segundo Elton, menos do que a promessa inicial.
Os gastos com a funerária e o cemitério foram pagos por advogados da subseção do Gama e de Santa Maria da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que se solidarizaram com o caso e doaram mais de R$ 5 mil. Com a ajuda de amigos e outros parentes, Elton conseguiu pagar a fatura, mas, sem um emprego fixo ele está com dificuldades para assegurar o sustento de Edriel.
A rotinaÀ época do acidente, Elton disse que “todos os seus sonhos foram levados”. Agora, ele tenta pensar em novos planos e em organizar sua rotina. Iniciou, na segunda-feira (25/9), um curso de vigilante que vai ocupar boa parte do seu dia, das 8h30 às 17h30. De acordo com ele, as aulas foram pagas por Ailton Miranda, um morador do Gama que se sensibilizou com o caso.
Uma das formas que Elton encontrou para aliviar a saudade da esposa Rute e do filho Eriko é passar o menor tempo possível em casa. Depois do acidente, levou uma semana para retornar à residência em que vivia com a família porque, segundo ele, ficar lá “aumenta a saudade”.
Tenho passado mais tempo fora de casa. O que mais me massacrava era ficar lá, onde lembrava de tudo. Comecei a ir para casa de amigos e familiares. Vou passar um mês na casa de uma tia, correr atrás de cursos, emprego e ocupar meu tempo. Mas graças a Deus, hoje estou mais tranquilo. É tocar a vida e continuar"
Elton Henrique da Silva Freire
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