Greve geral complicará trabalhadores e empresários nesta sexta(30)

O Distrito Federal pode parar na sexta-feira. Por convocação de centrais sindicais, trabalhadores de todo o Brasil devem aderir à segunda greve geral do ano contra reformas propostas pelo presidente Michel Temer, por sua saída do cargo e por eleições diretas.


Aqui, ônibus não devem deixar as garagens, metrô não deve passar pelos trilhos, aulas serão suspensas e somente casos graves de saúde serão atendidos. O governo se prepara e ameaça corte de ponto.
Junto com demais centrais sindicais, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) promete uma greve maior que a anterior, em abril. “Conclamamos a todos e a todas que, além de paralisarem suas atividades no dia 30 de junho, dediquem um pouco do seu tempo e potencializem seus esforços na construção dessa nova Greve Geral. A luta é coletiva, mas a atuação de cada um e cada uma fará a diferença no combate às temerosas reformas, na manutenção dos direitos e na restituição da democracia”, afirma Rodrigo Britto, presidente da CUT Brasília.
Em assembleia na noite do último domingo, os metroviários decidiram aderir ao movimento. Na sexta-feira, a promessa é que 100% das atividades sejam interrompidas. “Da meia-noite de sexta à meia-noite de sábado”, garante o diretor Ronaldo Amorim. “Nós já operamos no limite da capacidade. Não teríamos condições de garantir o transporte seguro de todos com toda a frota de ônibus parado. Mesmo que a Justiça determine a manutenção de 30% do serviço, não tem a menor condição”, afirma.
A situação do transporte pode ficar caótica. O Sindicato dos Rodoviários também confirmou a adesão. Motoristas e cobradores trocarão os postos de trabalho pela participação em manifestações na área central da cidade. ”Estaremos nas ruas para vencer essa briga”, disse o diretor do sindicato, José Carlos da Fonseca.
As categorias de saúde também apoiam o movimento. Representando o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Sindsaúde), Marli Rodrigues acredita ser necessário engrossar o coro contra as reformas: “Essa greve não é um ato qualquer, tem um significado importante. É a postura que o trabalhador brasileiro toma diante dessa covardia de retirar direitos trabalhistas”. De acordo com a sindicalista, atendimentos que não forem de emergência e que não coloquem a vida de pacientes em risco serão paralisadas.
Aulas serão suspensas na rede pública
A rede pública de ensino não terá aula. O Sindicato dos Professores já anunciou adesão ao movimento, já com previsão de reposição. Os docentes se reunirão na Praça do Relógio, em Taguatinga, às 9h, para um ato em favor do movimento. Cada escola particular tem autonomia para decidir aderir ou não ao movimento. Na última convocação, apenas cinco dos 503 colégios suspenderam as atividades.
Álvaro Domingues, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe), explica que as instituições precisam avaliar a situação conforme a situação local. “Temos um contrato com os pais para prestar serviço, somos obrigados por lei a aprovar um calendário escolar e temos obrigação legal de cumprir 200 dias letivos. O dia parado precisa ser reposto”, observa. A orientação da entidade é que uma paralisação só ocorra “em caso de vulnerabilidade dos alunos e funcionários”.
O Governo de Brasília ainda estuda o que fará caso a paralisação de fato ocorra. Por enquanto, o que se sabe é que será cumprida a Lei Geral de Greve, aplicada ao serviço público, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal, com regras que preveem corte de ponto e de vantagens nos dias de falta aos servidores que participarem de greves e paralisações. Isso para que os serviços prestados à população não sejam ainda mais prejudicados.
Está em discussão um esquema especial de segurança para evitar confrontos e depredações, como aconteceu no mês passado durante protesto contra o governo de Temer.

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