Mais de um quarto do dinheiro usado na campanha que elegeu Rodrigo Rollemberg (PSB) governador do Distrito Federal em 2014 veio de sete empresas investigadas e uma suspeita de integrar esquemas de corrupção. De acordo com a prestação de contas apresentada pelo socialista ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as doações recebidas de pessoas físicas e jurídicas somaram R$ 13.289.497,01.
Desse montante, R$ 3.652.831,75 — o que corresponde a 27,47% do total — foram repassados por oito companhias que têm os nomes ligados a escândalos: a JBS, maior produtora de proteína animal; as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Via Engenharia; as organizações sociais Sociedade Integrada Médica do Amazonas (Simea), Salvare Serviços Médicos e Total Saúde; e a Rico Táxi Aéreo.
Em 2014, a JBS transferiu um total de R$ 852.831,75 à campanha de Rollemberg, conforme o Metrópoles noticiou na última quinta-feira (18/5). Desse total, R$ 450 mil foram pagos diretamente pela empresa. Os R$ 402.831,75 restantes estavam espalhados em 40 transações atípicas feitas ao diretório do PSB-DF, que repassou a verba à campanha do então candidato ao GDF.
Empreiteiras e a Lava Jato
Duas empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, a Andrade Gutierrez e a Odebrecht doaram, respectivamente, R$ 500 mil e R$ 200 mil à campanha de Rollemberg. Já a Via Engenharia repassou R$ 1 milhão.
Duas empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, a Andrade Gutierrez e a Odebrecht doaram, respectivamente, R$ 500 mil e R$ 200 mil à campanha de Rollemberg. Já a Via Engenharia repassou R$ 1 milhão.
A Via não é investigada na Operação Lava Jato e nega quaisquer irregularidades, mas, ao lado da Odebrecht, construiu o Centro Administrativo do DF (Centrad), alvo dos investigadores da força-tarefa. A Via ainda compôs o consórcio formado com a Andrade Gutierrez para a construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha.
Tanto o Centrad quanto a praça desportiva serviram como escoadouro de propina para políticos, asseguram delatores. Entre os beneficiados, estavam os ex-governadores José Roberto Arruda (PR), Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), hoje assessor especial do presidente Michel Temer.
O Barão das OSs
Além da JBS e das empreiteiras, em 2014 uma grande bolada foi doada por um empresário que, dois anos depois, acabou preso pela Polícia Federal. Dono de três organizações sociais (OSs), Mouhamad Moustafa repassou R$ 600 mil por meio das empresas Sociedade Integrada Médica do Amazonas (Simea), Salvare Serviços Médicos e Total Saúde. Outra empresa ligada a Moustafa, a Rico Táxi Aéreo, doou R$ 500 mil a Rollemberg.
Além da JBS e das empreiteiras, em 2014 uma grande bolada foi doada por um empresário que, dois anos depois, acabou preso pela Polícia Federal. Dono de três organizações sociais (OSs), Mouhamad Moustafa repassou R$ 600 mil por meio das empresas Sociedade Integrada Médica do Amazonas (Simea), Salvare Serviços Médicos e Total Saúde. Outra empresa ligada a Moustafa, a Rico Táxi Aéreo, doou R$ 500 mil a Rollemberg.
Preso em setembro de 2016 sob a acusação de liderar um esquema criminoso que teria desviado recursos públicos milionários no Amazonas, Moustafa ficou conhecido em Brasília por tentar emplacar as OSs dele para gerir unidades hospitalares em Brasília. O projeto criado por Rollemberg, no entanto, ganhou forte resistência e não teve sucesso dentro da Câmara Legislativa.

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