
No mês passado, a Justiça determinou o desmembramento do processo. Ou seja, os deputados distritais serão julgados pelo Conselho Especial do TJDFT, enquanto os outros investigados no processo — o ex-secretário executivo da 3ª Secretaria, Alexandre Braga Cerqueira; o ex-secretário-geral da Câmara Legislativa Valério Neves; e o ex-diretor do Fundo de Saúde do DF Ricardo Cardoso — terão os casos analisados em primeira instância.
Em novembro, o MPDFT denunciou os cinco deputados por corrupção passiva. Todos os investigados negam participação no suposto esquema.
Operação
No dia 23 de agosto do ano passado, o Ministério Público e a Polícia Civil deflagraram a operação, que afastou a Mesa Diretora da Câmara Legislativa e colocou em xeque o mandato de deputados investigados por suspeita de desvio de emendas. Batizada de Drácon, em alusão a injustiças praticadas na democracia ateniense, a ação atingiu diretamente o Legislativo local.
No dia 23 de agosto do ano passado, o Ministério Público e a Polícia Civil deflagraram a operação, que afastou a Mesa Diretora da Câmara Legislativa e colocou em xeque o mandato de deputados investigados por suspeita de desvio de emendas. Batizada de Drácon, em alusão a injustiças praticadas na democracia ateniense, a ação atingiu diretamente o Legislativo local.
No dia em que a Drácon foi deflagrada, promotores e policiais civis cumpriram 14 mandados de busca e apreensão e oito de condução coercitiva. Os principais alvos da operação foram os então integrantes da Mesa, composta à época por Celina Leão, Raimundo Ribeiro, Julio Cesar e Bispo Renato Andrade.
Os quatro foram afastados do comando da Casa acusados de integrar o esquema. Em outubro, o Conselho Especial do TJDFT manteve o afastamento de Celina, por 11 votos a 9. Raimundo Ribeiro foi autorizado a voltar à Mesa, por 11 votos a 10. A decisão favorável a Ribeiro se estendeu aos outros, com exceção de Celina.
GramposOs deputados começaram a ser grampeados por Liliane Roriz (PTB) no fim de 2015, quando os parlamentares decidiam sobre o que fazer com uma sobra orçamentária da Casa. Em um primeiro momento, os recursos seriam destinados ao GDF para custear reformas nas escolas públicas. De última hora, no entanto, o texto do projeto de lei foi modificado e o dinheiro – R$ 30 milhões de um total de R$ 31 milhões — acabou realocado para a Saúde. O valor foi destinado ao pagamento de serviços vencidos em UTIs da rede pública.
Na ocasião, usando um gravador, Liliane questionou a presidente da Câmara sobre a mudança na votação. No áudio, é possível ouvir a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), falando que o “projeto” seria para um “cara” que ajudaria os deputados. A presidente da Casa disse ainda que Liliane não ficaria de fora: “Você (Liliane) tá no projeto, entendeu? Você tá no projeto. Já mandei o Valério (ex-secretário-geral da Câmara Legislativa) falar com você.”
Emendas
Segundo é possível ouvir nas gravações, Bispo Renato e Julio Cesar, então líder do governo na Casa, teriam tentado fazer uma negociação com Afonso Assad, presidente da Associação Brasiliense de Construtores. De acordo com os áudios, o empresário poderia intermediar contratos com a Secretaria de Educação. Mas Assad não teria levado a cabo o “compromisso”.
Segundo é possível ouvir nas gravações, Bispo Renato e Julio Cesar, então líder do governo na Casa, teriam tentado fazer uma negociação com Afonso Assad, presidente da Associação Brasiliense de Construtores. De acordo com os áudios, o empresário poderia intermediar contratos com a Secretaria de Educação. Mas Assad não teria levado a cabo o “compromisso”.
Com a negativa do empresário de participar do tal “compromisso”, segundo as investigações, o deputado Cristiano Araújo (PSD) teria conseguido o “negócio” das UTIs e os integrantes da Mesa Diretora tinham conhecimento do acordo. Todos os envolvidos negam as denúncias reveladas pela Drácon.
Fonte:
Metropoles
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