O segundo aumento consecutivo no valor das tarifas é reflexo de um cenário caótico. Para começar, até o momento, não existe fiscalização quanto ao uso dos cartões do Passe Livre pelos estudantes. Segundo a Secretaria de Mobilidade, a previsão para que os testes com a biometria facial comecem é daqui a três meses. “Até poderíamos colocar os motoristas e cobradores para fazer essa fiscalização, mas o número de passageiros é enorme. Seria inviável. Em 90 dias, iniciaremos a biometria”, afirmou o gestor da pasta, Fábio Damasceno.
O governo, portanto, não tem controle quanto à venda ou o repasse irregular dos 244 mil cartões ativos. Ainda de acordo com o secretário, somente em dezembro passado, foram bloqueados 11 mil cartões, o que representa 16% do total, em 12 instituições de ensino superior privadas e na Universidade de Brasília (UnB). “Ao longo de 2016 foram mais 40 mil cartões na mesma situação. Ou seja, chega a 50 mil”, acrescentou Damasceno.
Além disso, até hoje, existem questionamentos quanto ao conflito de interesses entre o Transporte Urbano do DF (DFTrans), as permissionárias do Sistema de Transporte Coletivo e a Transdata, empresa responsável pelo Sistema de Bilhetagem Automática (SBA). Isso porque sócios da Transdata são integrantes da família Constantino e controlam boa parte do capital social da empresa. Com isso, seria nítida a existência de vínculo entre eles e um dos principais operadores do transporte público do DF.
Em abril passado, após onze meses de trabalho, a CPI criada pela Câmara Legislativa para apurar irregularidades no transporte também pediu o indiciamento de 17 pessoas envolvidas na licitação que renovou os contratos de ônibus da capital, em 2011.
Entre as constatações estão as suspeitas de que o advogado Sacha Reck direcionou o certame, pois trabalhou para vencedoras e também atuou para o governo como consultor do processo.
Outra polêmica é em relação ao cálculo das tarifas, que, atualmente, é feito com base na quilometragem rodada e não conforme a quantidade de passageiros.
fonte: JORNAL DE BRASILIA
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